A história de Bill Haley, o pioneiro do Rock
Segundo historiadores, os “avós do rock’n’roll” foram escravos africanos trazidos para o trabalho forçado na América, cujo canto de lamento nasceu o blues. Já no século XX, mais precisamente no início dos anos 50, a guitarra elétrica entrou no cenário musical e os jovens brancos do country’n’western começaram a demonstrar grande interesse pela música negra. Desta aglutinação nasceu o rhythm’n’blues, que devido a sua popularização começou a ser copiado pelos músicos brancos, em versões mais suaves.
Essa reviravolta pode ter sido conseqüência da ascensão musical do boogie woogie, estilo de blues muito popular entre os negros, ainda em 1939. Outro fator foi o crescimento econômico nos Estados Unidos do pós-guerra, onde pela primeira vez os adolescentes americanos emergiam como ávidos consumidores que começaram a impulsionar vigorosamente a indústria do disco, empolgados com o rhythm’n’blues. Apesar de toda a resistência que houve por parte da geração anterior devido a mudança de costumes, a sociedade americana também começou a presenciar as manifestações de negros contrários a segregação racial.
Na época cantores brancos de estilo romântico, como Patti Page e Perry Como, lideravam as paradas de sucesso. Porém começavam a surgir algumas mudanças no cenário da música pop, quando em 1951, o disco “Rocket 88” com Jackie Brenston and The Deltacats, com seu ritmo dançante, associado ao rhythm’n’blues, foi um sucesso nos Estados Unidos. No mesmo ano, Alan Freed, DJ da rádio WJW de Cleveland, lançou o termo “rock and roll” e começou a tocar em sua programação cantores negros do rhythm’n’blues. Com isso a barreira racial na música começou a se romper.
Mas houve quem catalisou o inicio desta revolução e se tornou o primeiro artista branco a cantar como os negros com muito sucesso. Foi o cantor, compositor e guitarrista, conhecido como Bill Haley, o pai do rock’n’roll.
Country’n’Western
Bill Haley nasceu Willian John Clifton Haley na cidade americana de Highland Park, Michigan em seis de julho de 1925. Filho de músicos amadores, começou sua carreira ainda criança, em 1938, cantando e tocando violão em shows de variedades. Impossibilitado de ser convocado para a Segunda Guerra Mundial, em virtude de problemas no seu olho esquerdo, Bill Haley integrou o grupo Downhomers, substituindo seu vocalista, onde gravou “She Thought Me To Yodel”, em 1946. Logo depois ele formou o grupo de country’n’western Bill Haley and The Four Aces of Western Swing, que foi contratado pela Cowboy Records. No final dos anos 40, o grupo lançou os discos “Too Many Parties and Too Many Pals”, “Candy Kisses”, “My Palomino and I” e “Stand Up And Be Counted”, e iniciaram uma turnê de quatro anos pelos Estados Unidos, dividindo alguns shows com Dizzy Gillespie.
Após um breve período como DJ na rádio WPWA, de Chester, Pensilvânia, em 1949, Bill Haley formou o grupo The Saddlemen e gravou os singles “Deal Me A Hand”, “Susan Van Dusen”, e “Why Do I Cry Over You”, todos por gravadoras diferentes, porém nenhum deles obteve sucesso significativo.
A Era de Ouro do Rock’n’Roll
Bill Haley and The Saddlemen foram contratados, em 1951, pelo selo Holiday da Filadélfia, e na nova gravadora iniciaram a transição do country’n’western para o rhythm’n’blues. O grupo lançou cinco compactos no ano, incluindo um disco com o cover de “Rocket 88”, que vendeu apenas dez mil discos, mas foi um cartão de visitas para o grupo ser contratado por uma gravadora maior como a Essex. Bill Haley and The Saddlemen lançaram o compacto “Rock The Joint”, em 1952, que vendeu cerca de cem mil cópias e foi um sucesso regional. O disco marcou o começo da era do rock’n’roll, fascinando os jovens com um ritmo diferente de tudo que havia sido ouvido antes. Durante a promoção de lançamento de “Rock The Joint”, Bill Haley e seu grupo estabeleceram residência em Nova Jersey, por seis meses. O contato deles com a cultura cosmopolita do lado leste americano fez com que Bill Haley trocasse o violão por uma guitarra elétrica e seu grupo abandonasse o visual cowboy, oriundo do country’n’western, e passasse a usar smokings estilizados, se transformando em Bill Haley and The Comets (Johnny Grande – piano, Billy Williamson – guitarra, Danny Cedrone – guitarra (falecido em 7/10/1954), Joey D’Ambrosio – saxofone, Marshal Lytle – baixo e Dick Richards – bateria).
Segundo o próprio Bill Haley, a partir desta época, a palavra “rock” passou a surgir com freqüência em suas composições. Em 1952, ele abriu sua própria editora musical e compôs “Rock-a-Beatin’-Boogie” para o grupo The Treniers e no final do ano, Bill Haley and The Comets, lançaram o compacto “Stop Beatin’Round The Mulberry Bush”. Mas foi em 1953, que eles chegaram a consagração com o single “Crazy Man, Crazy”, música escrita por Bill Haley e Marshal Lytle, que foi ao décimo quinto lugar nas paradas de sucesso. Foi o primeiro disco de rock’n’roll a chegar às paradas da revista Billboard. O grupo ainda gravou mais cinco discos pela Essex, mas logo foram contratados pela Decca, que em 1954 era a terceira maior gravadora americana. Na Decca Records Bill Haley and The Comets tinham como colegas os astros Louis Armstrong e Ella Fitzgerald, porém rapidamente o grupo se tornou o maior vendedor de discos da gravadora. Eles emplacaram os singles “Shake, Rattle and Roll” (o primeiro disco de rock’n’roll a vender um milhão de unidades), “Dim Dim the Lights”, “Birth Of The Boogie” e “Mambo Rock”. O sucesso desses discos fez de Bill Haley e seu grupo uma sensação nacional.
Durante o ano de 1954, Bill Haley and The Comets haviam lançado a canção “(We’re Gonna) Rock Around the Clock”, gravada no estúdio Pythian Temple, em Nova York, e escrita especialmente para o grupo. Como a canção passou despercebida, seus compositores, Jimmy DeKinght e Max Freedman, distribuíram cópias do acetato para alguns produtores de cinema em Hollywood. Como resultado, na primavera de 1955, a MGM lançou o filme “Blackboard Jungle” (“Sementes da Violência” dirigido por Richard Brooks) com Glenn Ford no papel de um professor em uma escola de alunos violentos. Na abertura da película, junto aos créditos ouvia-se a canção “(We’re Gonna) Rock Around the Clock” com Bill Haley and The Comets. O ritmo frenético da canção gerou uma verdadeira rebelião em algumas salas onde o filme foi exibido, chegando a causar protesto por parte de políticos e religiosos para censurar a exibição do longa-metragem em algumas cidades americanas. Em abril de 1955, a música foi relançada e após uma apresentação de Bill Haley and The Comets no popular programa de TV “The Ed Sullivan Show”, “(We’re Gonna) Rock Around The Clock” ficou oito semanas consecutivas em primeiro lugar na América do Norte e estourou no resto do mundo, sendo, até hoje, um dos singles mais vendidos de todos os tempos com mais de 22 milhões de cópias.
Durante o ano de 1955, Bill Haley foi a primeira e a grande estrela do rock’n’roll com mais dois singles, que foram direto ao “Top 10” das paradas: “Razzle-Dazzle” e “Burn That Candle”. Seu primeiro álbum “Bill Haley and The Comets” foi o primeiro disco de ouro dado para um álbum de rock. Logo depois, D’Ambrosio, Lytle e Richards deixaram o Comets para formar o grupo Jodimars. Eles foram substituídos por Al Rex, Frank Beecher e pelo aclamado sax tenor Rudy Pompilli, que já havia tocado com Duke Ellington. Rudy Pompelli foi o grande colaborador musical de Bill Haley e o coração dos Comets.
Bill Haley and The Comets fizeram uma longa e muito bem sucedida turnê pelos Estados Unidos e Canadá, com alguns concertos abertos pelos iniciantes Elvis Presley e Buddy Holly and The Crickets. Para Bill Haley 1955 foi um ano fantástico. Na capa da edição de 28 de dezembro da respeitada revista musical Downbeat, que trazia as “Personalidades de Ano”, estava ele junto a Frank Sinatra, Perez Prado e Dave Brubeck.
No início de 1956, Bill Haley and The Comets lançaram o álbum “Rock’n’Roll Stage Show” e o single “See You Later Alligator”, que vendeu mais de um milhão de discos em menos de um mês. Tamanho sucesso chamou a atenção da Columbia Pictures, que contratou Bill Haley, a peso de ouro, para estrelar em dois filmes dirigidos por Fred F. Sears, estabelecendo o primeiro contato do rock’n’roll com a sétima arte. O primeiro foi “Rock Around the Clock” (“Ao Balanço das Horas”, uma das maiores bilheterias de 1956), com participações do DJ Alan Freed e do grupo vocal The Platers. O álbum com a trilha-sonora de “Rock Around The Clock” alcançou uma grande vendagem ao redor do mundo. O outro filme foi “Don’t Knock The Rock”, (“Ritmo Alucinante”) com a participação especial de Little Richard. O longa-metragem teve o objetivo de amenizar as controvérsias sobre os supostos males do rock’n’roll sobre a juventude, afirmando que o ritmo era inofensivo para a mocidade americana.
Aproveitando a promoção dos filmes e dos singles “R-O-C-K”, “The Saints Rock’n’Roll”, “Rip It Up” e “Rudy’s Rock” (dedicado a Rudy Pompelli), Bill Haley and The Comets embarcaram em mais uma grande turnê com os grupos The Paltters e Frankie Lymon and The Teenagers. Foi a primeira grande turnê reunindo vários astros do rock’n’roll brancos e negros, que aquela altura já contagiava a juventude ocidental e estimulava a aparição de vários outros roqueiros como Gene Vincent e Jerry Lee Lewis.
Bill Haley foi o primeiro roqueiro a enriquecer com ritmo e usufruir seu glamour. Seu empresário, James Furguson, continuou a registrar em seu caixa a entrada (e a saída) de grandes somas de dólares. Bill Haley mandou construir sob encomenda uma luxuosa propriedade, em Booth Corners, na Pensilvânia, que batizou com o nome de “Melody Manor” (“Solar da Melodia”). Ele também colocou cinco Cadillacs Eldorado em sua garagem, investiu em obras de arte e comprou um iate. Suas festas eram notórias, em uma delas Bill Haley contratou a cantora Dinah Shore para cantar.
No entanto, durante o ano de 1956, Elvis Presley despontou para o sucesso e aos poucos foi ofuscando o brilho de Bill Haley. Na época Bill Haley já tinha 30 anos, um peso excessivo para sua baixa estatura e seu característico pega-rapaz não empolgou tanto quanto os fartos e gomalinados cabelos de Elvis, um roqueiro que além de muito talentoso, era bonito e esbelto.
Rock ao Redor do Mundo
Em 1957, Bill Haley and The Comets lançaram o álbum “Rockin’The Oldies”, que não foi bem sucedido nos Estados Unidos. Haley só voltou às paradas americanas em 1958, com o single “Skinny Minnie” extraído do álbum “Bill Haley Chicks” (o primeiro disco de banda de rock gravado em três canais estéreo). Na época as negociações de um contrato milionário de Bill Haley com a produtora Desilu para uma série de programas de variedades em uma rede de TV americana não evoluíram. Problemas com o imposto de renda e percebendo o declínio de sua popularidade nos Estados Unidos, Bill Haley migrou seus interesses artísticos para fora do país. O álbum “Rock Around The World” (1958), gravado em vários idiomas, foi fruto desta decisão. Bill Haley foi o primeiro astro de rock americano a excursionar pela Grã Bretanha, onde seus discos continuavam a vender aos potes. Suas apresentações na Suécia (onde todos seus álbuns permaneciam em catálogo e vendendo bem), Alemanha, Bélgica e Itália arrastavam multidões de jovens aos seus concertos. Na França, Bill Haley and The Comets lotaram as mais conceituadas casas de espetáculo de Paris como o Olympia e o Theatre de l’Alhambra.
Apartir de 1959, o rock’n’roll entrou em decadência, nos Estados Unidos. e como conseqüência direta os discos de Bill Haley como “Strictly Instrumental” (1959), “Haley Jukebox”(1960) e “Twistin’Knights At Round Table” (1962), além do single “Skokiaan”, não causaram mais grande impacto. Apesar de Bill Haley and The Comets se apresentarem regularmente no programa da ABC-TV “American Bandstand”, eles continuaram investindo no exterior. O grupo fez turnês lucrativas na Austrália, Jamaica, Argentina, Brasil e México, onde Bill Haley se tornou um dos maiores vendedores de discos. No México, ele se casou pela terceira vez com a dançarina Martha Velascao, e estabeleceu residência em Vera Cruz, uma cidade histórica localizada no Golfo do México e com forte tradição musical. Na região, Bill Haley investiu seu dinheiro em uma plantação de mangas e na construção de um hotel.
Em 1961, Bill Haley gravou o single “Florida Twist” que se tornou, na época, o disco de maior sucesso na história do México. A gravadora mexicana Orfeon aproveitou a onda de sucesso de Bill Haley e gravou, em 1965, três álbuns em espanhol: “Bill Haley Y Sus Cometas”, “Discos Del Milion De Rock & Roll & Twist” e “Al Compas Del Reloj”. Bill Haley também foi contratado para atuar em três longas-metragens com as comédias musicais mexicanas “Juventd Rebelde”(1961), “Besito a Papa”(1961) e “A Ritmo de Twist” (1962).
Revival
A partir de 1964, Bill Haley and The Comets fizeram freqüentes turnês pela Europa, com alguns shows abertos por jovens astros do pop inglês como o grupo Manfred Mann. Em 1968, em uma de suas turnês pela Inglaterra, Bill Haley foi recebido como herói pelos seus fãs ingleses, e junto a Duane Eddy, Johnny Cash e Carl Perkins, fez um memorável concerto no Royal Albert Hall, em Londres. Bill Halley e seu grupo também tiveram seus discos de volta às paradas britânicas e o filme “Rock Around The Clock” voltou aos cinemas na Europa. Seu sucesso no Velho Mundo fez com que Bill Haley fosse contratado pela gravadora sueca Sonet, onde lançou os álbuns ao vivo “Bill on Stage” (1969) e “Bill Haley’s Scrapbook”(1970).
Nesta mesma época, nos Estados Unidos começou um revival do rock’n’roll dos anos 50, e Bill Haley o status de “pai do rock’n’roll”, voltou a se apresentar pela América do Norte. Com isso, foi providenciada a volta de Bill Haley aos estúdios de gravação americanos em grande estilo. Foi chamado para a produção o conceituado Sam Charters (produtor do grupo Country Joe and The Fish) para gravar em Nashville, capital americana da música, o álbum “Rock Around The Country”, lançado em 1971. O álbum, conceitual do estilo country music, obteve boas críticas, e nas rádios americanas a versão de Bill Haley para o sucesso de Janis Joplin “Me and Bobby McGee”, obteve razoável difusão.
Bill Haley voltou a dirigir seus negócios para sua terra natal, e durante a primeira metade dos anos 70, fez uma série de apresentações pelos Estados Unidos, muitas vezes em shows nostálgicos, acompanhado de antigas atrações como Gary U.S. Bonds, The Shirelles e The Dovells. O filme “Let The Good Times Roll”, de 1973, registrou esta onda de revival, exibindo concertos de Bill Haley e sua banda, Chuck Berry, Little Richards, Fat Domino entre outros.
Bill Haley continuou a gravar nos Estados Unidos, e em 1973, lançou o álbum “Just Rock’n’Roll Music”, repetindo a produção de Sam Charters. Pouco depois “(We’re Gonna) Rock Around The Clock” voltou às paradas de sucesso americanas pela segunda vez, impulsionada pelo grande sucesso do filme de George Lucas, “American Graffiti” (“Loucuras de Verão”) e do seriado da ABC-TV “Happy Days”, onde a canção fazia parte das trilhas sonoras. Em 1974, o cantor Harry Nilsson gravou “‘(We’re Gonna) Rock Around The Clock”, com a produção de John Lennon. Como uma homenagem a Bill Haley – segundo o ex-Beatle, a canção era uma de favoritas – a gravação teve os bateristas Ringo Starr e Keith Moon, do grupo The Who.
Apesar de sua volta triunfal em terras americanas, Bill Haley manteve sua agenda de concertos no exterior, onde seus discos mantinham uma boa vendagem. Bill Haley and The Comets continuaram a fazer excursões pela Europa, onde participaram de um especial para a TV da Áustria e tocaram no prestigiado programa inglês “Top of The Pops”, da BBC TV. Eles também voltaram fazer turnês pela Austrália e Brasil, onde Bill Haley participou, em 1975, do álbum “RockSamba” do grupo brasileiro Lee Jackson
O Fim
Bill Haley gravou, em 1976, o álbum “R-O-C-K”, último produzido por Sam Charters, onde foi feita uma releitura do material que Bill Haley gravou na gravadora Decca, vinte e dois anos antes. Porém a disco music estava no auge e um álbum com velhas canções não empolgou. Bill Haley também colaborou com seu velho amigo Rudy Pompelli no álbum “Rudy’s Rock: The Saxophone That Changed The World” creditado a Rudy Pompelli and The Comets, porém em seguida Rudy Pompelli faleceu, aos 47 anos, vítima de um câncer linfático. A morte do amigo fez Bill Haley abandonar a música por quase três anos, se dedicando a familia e a seu hobby de pescar.
Em 1979, o produtor Kenny Denton, que estava trabalhando com o cantor inglês e precursor da new wave Gary Numan, se interessou em trazer Bill Haley de volta aos estúdios. Denton concebeu a idéia de gravar um álbum com Bill Haley inspirado no rock sulista americano, popularizado nos anos 70 pelo grupo Lynyrd Skynyrd. O álbum “Everyone Can Rock’n’Roll” foi gravado no famoso estúdio Fame, em Muscle Shoals, Alabana e lançado durante uma turnê de Bill Haley pela Europa. Em sua décima excursão pelo continente europeu, Bill Haley foi cumprimentado pela Rainha Elisabeth II, quando tocou no “Royal Variety Performance”, em 26 de novembro de 1979, em Londres.
Em junho de 1980, Bill Haley and The Comets fizeram seus últimos concertos na África do Sul. Seu empresário estava estudando propostas para apresentações de Bill Haley no Japão, e chegou a agendar mais uma turnê pela Europa, em outubro de 1980. Mas em decorrência de um tumor encontrado no cérebro de Haley, os concertos foram cancelados, para que o músico iniciasse o tratamento em uma clínica de Los Angeles.
Enquanto se manteve sob cuidados médicos, Bill Haley se refugiou com sua mulher, Martha, em sua propriedade americana, em Harlingen, Texas, de onde raramente saía e apenas recebia visitas de velhos amigos e familiares. Bill Haley se dedicou à sua autobiografia “The Life And Times of Bill Haley” e chegou a escrever 100 páginas. Entretanto, ele que sempre se mostrou uma pessoa muito gentil, passou a ser visto como um artista excêntrico, fazendo longas ligações interurbanas para amigos de madrugada e se recusando a dar entrevistas.
Bill Haley, o homem que sempre se dedicou levar a bandeira do rock’n’roll, faleceu em nove de fevereiro de 1981, aos 55 anos, em conseqüência de um ataque cardíaco, agravado pelo alcoolismo.
A Lenda
Bill Haley continuou a ser lembrado no decorrer dos anos recebendo, postumamente, os prêmios mais importantes da música pop americana. Foi o caso do Grammy, em 1982, para a gravação de “(We’re Gonna) Rock Around The Clock”, o Rock and Roll of Fame em 1986 e o Billboard Music Award em 1991. Em dezesseis de junho de 1993, o serviço postal americano lançou um selo em homenagem a Bill Haley. Seus discos continuam vendendo até hoje e acumulam mais de 60 milhões de cópias vendidas. Seus últimos lançamentos com gravações inéditas foram “Bill Haley and Friends: The Legendary Cowboy Recordings”(2003) e “Rock’n’Roll Arives”(2006).
Os remanescentes originais do grupo Comets continuam a excursionar pelos Estados Unidos e Europa. Eles lançaram, em 2001, o álbum “Still Rockin’Around The Clock”. Bill Haley deixou oito filhos, de três casamentos. O mais velho John W. Haley escreveu a biografia do pai “Sound and Glory”. Scott Haley se tornou um respeitado atleta e Pedro Haley é músico. A filha mais nova de Bill, Gina Haley também seguiu a carreira do pai e lançou em 2000, o primeiro álbum que leva seu nome pela Rockhouse Records.
Vinte e cinco anos após seu falecimento, em 2006, a International Astronomical Union (IAU) batizou o asteróide número 79896, como Billhaley.
Por www.letsrock.com.br
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